O poder da verdade
Alguns pretendem que nascemos com um defeito primordial, algo que nos torna imperfeitos e incompletos, capazes apenas de sentirmos bondade e empatia se, com…
Alguns pretendem que nascemos com um defeito primordial, algo que nos torna imperfeitos e incompletos, capazes apenas de sentirmos bondade e empatia se, com…
Há muitos anos atrás havia um pastor no Alentejo, um homem muito simples e dedicado, que dormia no curral com as suas ovelhas. Dormia…
Tudo começou há muitos anos atrás, na primeira aula de filosofia – tinha eu quinze anos. Entre as várias definições que atirámos, com a…
Sem dúvida o ponto em que nos encontramos resulta das inúmeras escolhas que fomos fazendo, algumas – para não dizer muitas delas – de forma insconsciente. Pessoas, livros, encontros e acontecimentos aparentemente aleatórios contribuiram, por vezes de forma determinante, para nos trazer para onde estamos hoje.
Não sei se é cultural ou estrutural mas quando alguém pergunta como vamos, em Portugal responde-se “Vai-se andando”.
Pensei durante muito tempo que o sofrimento era uma varinha mágica que transformava os egoístas em altruístas, os imaturos em adultos e as pessoas em verdadeiros seres humanos. Infelizmente não é assim tão simples.
Entre as muitas coisas de que o Sr. Ego vive está o queixume. Queixar-se é, para ele, uma forma de resistir ao momento presente, de dar um ar da sua graça e constantemente reafirmar a sua existência. Simplesmente aceitar as coisas como elas são é um suicídio.
De vez em quando uma batata quente vem parar ao nosso colo. Instintivamente, procuramos de imediato a quem podemos passá-la; o mesmo faz o próximo e o outro a seguir. Às vezes penso que muito do sofrimento do samsara é uma batata quente que, desde tempos imemoriais, anda de mão em mão sem nunca arrefecer.
Se há coisa que o Sr. Ego detesta é sentir-se vulnerável. Vulnerável é o mesmo, para ele, do que fraco, exposto, passível de ser humilhado a qualquer momento. Ele que se abotoa de sobretudos desnecessários e armaduras enferrujadas e quer – sempre – ter razão e levar a melhor, não suporta abrir mão da sua parafernália e sentir aquele ponto sensível, quase doloroso, bem no centro do coração.
Ora então bom ano a todos e nada de pânico com as notícias de crise que a comunicação tem um perverso prazer em nos…
Estamos em época natalícia e onde quer que estejamos é impossível escapar-lhe. No centro comercial, no supermercado, no elevador ou mesmo na sessão de acupuntura, levamos com o “Let it snow” com fundo de chocalhos. Por isso, e para não fugir à regra, antes de continuar a ler, por favor, ponha a tocar uma música de Natal. Obrigada.
Um rei tinha um vizir muito sábio, cujo sentido de justiça era muito apreciado pelo povo. Muita gente o procurava para pedir conselhos que ele dava com bondade e bom-senso. Um, particularmente, era fatídico, fosse qual fosse a situação: “Lembre-se que pode ter sido para seu bem!”.
Embora às vezes tenhamos a sensação de que não conseguimos escapar ao ego, a verdade é que a natureza de Buda está sempre por perto – ou não fosse ela a própria natureza do espírito quando não está poluído nem alterado. A dificuldade, ó balha-me Deus, é que ele está quase sempre poluído, alterado e tenso.
Sou budista há quase quarenta anos, há portanto outros tantos que oiço falar do ego. Mas, apesar disso, só recentemente a necessidade de o desmascarar se tornou absolutamente cristalina para mim.
A ideia defendida por Darwin que a evolução das espécies se baseia na competição e na rivalidade e que são os mais competitivos que sobrevivem tem os dias contados.